Um estudo recente encomendado pelo Comitê Presidencial sobre Baixa Taxa de Natalidade e Sociedade do Envelhecimento e conduzido pelo Instituto Coreano de Desenvolvimento Feminino revelou que a taxa de aprovação de partos fora do casamento entre indivíduos na faixa dos 20 e 30 anos aumentou constantemente na última década.
Para os homens na faixa dos 20 anos, o apoio à maternidade aumentou de 32,4% em 2008 para 43,1% em 2024. No mesmo período, as mulheres na faixa dos 20 anos tiveram um aumento ainda mais substancial, de 28,4% para 42,4%. O aumento do apoio entre as mulheres foi mais acentuado, com um aumento de 14 pontos percentuais.
Entre os entrevistados na faixa dos 30 anos, o apoio entre os homens cresceu de 28,7% para 43,3%, enquanto entre as mulheres houve um aumento de 23,9% para 40,7%. As mulheres novamente apresentaram um aumento maior, com 16,8 pontos percentuais, em comparação com os homens, com 14,6 pontos percentuais.
A mudança drástica nas percepções das mulheres parece vir do foco na carreira e do forte desejo de formar suas próprias famílias.
A mudança na percepção sobre o parto fora do casamento também pode ser atribuída a um contexto social em mudança, de acordo com Shin Kyung-ah, professora de sociologia na Universidade Hallym: “À medida que as mulheres na Coreia do Sul enfrentam crescentes pressões profissionais e a evolução dos papéis de gênero, a visão tradicional do casamento como pré-requisito para o parto está sendo questionada. Mais mulheres estão vendo o parto fora do casamento como uma alternativa viável, especialmente porque lhes permite maior autonomia e independência“.
À medida que a atitude pública se torna mais receptiva, o governo sul-coreano está considerando fornecer apoio político para partos fora do casamento como uma possível solução para a taxa de natalidade em declínio no país.
Lee Ki-il, o Primeiro Vice-Ministro da Saúde e Bem-Estar, sugeriu que as maiores taxas de aprovação das mulheres podem ser atribuídas ao desejo de evitar os encargos associados ao casamento, como obrigações familiares.
Ele enfatizou que, embora as estratégias para aumentar a natalidade devam continuar, o foco deve ser na taxa de natalidade geral, e não na via tradicional do casamento, especialmente em um país com uma taxa de fecundidade total de 0,75. Ele também observou que o governo está explorando maneiras de oferecer apoio à natalidade fora do casamento por meio de diversas políticas, incluindo deduções de herança e impostos.
Recentemente, durante uma entrevista à Rádio YTN, Lee disse acreditar “que os nascimentos fora do casamento devem se tornar mais comuns em nosso país para que mais jovens tenham filhos“.
Em termos de taxas reais, a taxa de natalidade fora do casamento na Coreia do Sul ainda é relativamente baixa em comparação com outros países da OCDE. Apenas 3,9% dos nascimentos na Coreia do Sul ocorreram fora do casamento em 2022, muito abaixo da média da OCDE, de 41%. No entanto, essa taxa tem aumentado gradualmente, atingindo 4,7% em 2023.
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