Lee Jae-myung, do Partido Democrático da Coreia (DPK), de orientação liberal, triunfou na eleição presidencial sul-coreana antecipada desta terça-feira (03), derrotando Kim Moon-soo, do conservador Partido do Poder Popular (PPP).
A Comissão Eleitoral Nacional (NEC) sul-coreana informou que a participação eleitoral final atingiu 79,4%. Esse número inclui o período de votação antecipada de dois dias na última quinta e sexta-feira, em que participaram 34,74% dos eleitores elegíveis, bem como os votos emitidos no exterior, no mar e pelo correio. A participação eleitoral final foi 2,3 pontos percentuais superior aos 77,1% registrados na eleição presidencial anterior, em 2022.
Às 2h30 da manhã de quarta-feira (no fuso sul-coreano), com 93,84% dos votos apurados na eleição presidencial antecipada de terça-feira, Lee havia efetivamente garantido a vitória com 16.012.324 votos, ou 48,77%, enquanto Kim estava atrás com 13.826.777 votos, ou 42,11%. Cerca de 2,18 milhões de cédulas permaneciam sem apuração naquele momento.
À medida que sua vitória se tornava clara, Lee prometeu abraçar plenamente “a grande responsabilidade e o dever” que lhe foram confiados, prometendo atender às expectativas do público.
Em seu discurso de aceitação feito após a eleição presidencial, nas primeiras horas de quarta-feira (04), no horário coreano, Lee prometeu integrar a nação polarizada. Ele destacou que sua vitória reforça a ideia de que o país pertence ao povo, referindo-se ao sentimento dos eleitores contra o partido conservador PPP, baseado na abrupta declaração de lei marcial do ex-presidente Yoon Suk Yeol em dezembro.
O presidente eleito afirmou que sua próxima prioridade será impulsionar a economia e melhorar a vida da população, em um momento em que a Coreia do Sul enfrenta crescente incerteza devido às tarifas impostas pelos EUA.
Lee também afirmou que seu governo garantirá a dissuasão contra a Coreia do Norte com fortes capacidades militares, mas enfatizará as relações pacíficas em detrimento do conflito. Isso representaria uma mudança em relação ao governo Yoon, durante o qual as relações com Pyongyang permaneceram hostis.
Kim, do PPP, fez um breve discurso na manhã de quarta-feira, pouco depois da 1h30, no fuso sul-coreano, agradecendo aos membros e apoiadores de seu partido. Ele admitiu a derrota, afirmando aceitar “humildemente a escolha do povo”. Ainda na coletiva de imprensa na sede do PPP, no oeste de Seul, ele disse: “Parabenizo o candidato Lee Jae-myung por sua eleição“.
A cerimônia de posse de Lee está prevista para ocorrer no Salão Rotunda da Assembleia Nacional, onde os trabalhos preparatórios, como a montagem do palco, começaram na terça-feira.
O novo líder assumirá o cargo sem um período de transição, que normalmente dura 60 dias após uma eleição presidencial normal. Para preencher o vácuo de liderança que já dura meses, Lee deverá anunciar os principais membros do Gabinete, como o primeiro-ministro, já nesta quarta-feira, e acelerar a seleção e as nomeações de pessoal.
Lee também deverá começar a trabalhar no atual gabinete presidencial, no distrito de Yongsan, no centro de Seul, já que não há outro local, por enquanto, com segurança garantida.
Com a vitória nas eleições presidenciais, ele completa uma trajetória de vida notável: de ex-trabalhador infantil, ascendeu ao mais alto cargo executivo da Coreia do Sul.
O político, de 60 anos, foi deputado do DPK por dois mandatos e serviu dois mandatos como prefeito de Seongnam e um mandato como governador de Gyeonggi. Ele também foi chefe do DPK até o início deste ano e agora deve cumprir cinco anos no cargo mais alto.
Ele concorreu à presidência pela primeira vez em 2017, terminando em terceiro lugar nas primárias do DPK. Em 2022, perdeu a corrida presidencial para Yoon Suk Yeol pela menor margem da história da Coreia do Sul. Lee rapidamente retornou à vanguarda política, conquistando uma cadeira parlamentar em Incheon e, posteriormente, assegurando a liderança do DPK com apoio esmagador. Sob a liderança de Lee, o partido consolidou sua posição como força dominante na Assembleia Nacional. Em Busan, em 2024, ele sobreviveu a um esfaqueamento quase fatal. Mas sua carreira política não foi isenta de controvérsias: ele tem enfrentado constante escrutínio jurídico, incluindo investigações sobre escândalos imobiliários.
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Imagem: Yonhap
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