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Crítica: The Handmaiden (A criada)

Finalzinho de 2016 e começo de 2017 tem sido muito bom pro cinema coreano, foi nesse período que mais temos visto filmes desse país passando em cinemas brasileiros. Por mais que no momento a maioria só esteja falando de Invasão Zumbi (Train of Busan), outro filme está entrando em cartaz nos salas nacionais, este filme chegou até ser cogitado a representar a Coreia do Sul na corrida ao Oscar na categoria de filme estrangeiro, mas acabou perdendo para Age of Shadows, e foi muito bem recebido pelos críticos e destaque no Festival de Cinema de Cannes, estamos falando de The Handmaiden traduzido para o português como A Criada.

Ficha técnica

Título original: 아가씨 (Agassi)
Data de lançamento: 1 de Junho de 2016 (Coreia do Sul)
Roteiro: Park ChangWook e Chung SeoKyung
Diretor: 
Park ChangWook
Elenco: 
Kim MinHee, Kim TaeRi, Ha JungWoo, Cho JinWoong e Moon SoRi

Sinopse

The Handmaiden tem seu roteiro baseado no romance Fingersmith da autora britânica Sarah Waters. O enredo foi adaptada no contexto coreano, mais precisamente no ano de 1930, época em que a Coréia estava sob a ocupação japonesa.

O filme conta a história de Hideko (Kim MinHee) uma mulher herdeira de uma considerável fortuna de seu tio Kouzuki (Cho JinWoong). Esta possui certos traumas devido a uma criação abusiva que recebeu dele. Ciente disso Fujiwara (Ha JungWoo) cria um plano no qual consiste em seduzi-la, casar-se com ela, herdar a fortuna e depois trancá-la em um sanatório. E para isso ele conta com a ajuda de SooKee (Kim TaeRi) uma batedora de carteira, muito boa em persuadir e mentir, sob a promessa de receber uma parte da fortuna de Hideko. Porém o que Fujiwara não esperava era que as duas acabasse se apaixonando uma pela outra.

 

Crítica

The Handmaiden é um filme trincado, que erroneamente pode te enganar nos primeiros minutos, digo isso devido a que no começo ele parece ser um filme com personagens típicos, a ingênua, uma fortuna e dois sujeitos inteligentíssimos tentando se dar bem. Pois não deixe os primeiros 20 minutos te enganar. Acredite o filme é bem mais do que isso. Alguns podem achar o começo um pouco lento, porém é o ritmo necessário para o desenvolvimento do roteiro e para o restante do filme.

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Este é o tipo de filme que você desiste de entendê- lo e decifrá-lo, chega um ponto em que você só deve deixá-lo te levar. Você passa a entender que nada é o que aparece, os personagens não se encaixam no pré-moldes que você pode criar. Park ChangWook avança e retrocede no tempo dos acontecimentos para demonstrar o ponto de vista de cada um. A passo de você já não saber quem está enganando quem.

Ele sim é considerado um filme erótico, mas acredito que o filme ultrapassa as barreiras de um gênero, as partes sensuais do filme não são o foco aqui, mas algo mais profundo e inteligente (que a muito tempo eu não via). O filme possui o poder de te arrastar para a história e fazer com que duas horas de filme pareçam 15 minutos.

A fotografia desse filme é de tirar o fôlego, tudo muito bem dosado e com as cores certas para passar ao filme o tom de mistério que ele possui.

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Para os moldes da sociedade coreana esse filme ganha um significado maior quando falamos em choque, foi um filme completamente arriscado e de muita personalidade perante uma sociedade que afirma que não existe homossexualidade em seu país, é claro que os tempos estão mudando, a nova geração já não acredita tanto nessa ideia e aceita melhor as diferenças. Este filme é uma prova da mudança e de incentivo a essa nova consciência coletiva.

Enfim, é um filme incrível que eu acredito que a Coreia não erraria caso o tivesse escolhido como seu representante ao Oscar, ouso até dizer que o filme tem um roteiro muito melhor e original do que as produções americanas que irão concorrer nas principais categorias. Vale a pena do primeiro minuto até o último.

Por Lorena Tarabauka
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