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[Crônicas da Coreia] 32 horas de voo, 3 escalas e 1 sonho a ser realizado

Ir à Coreia do Sul é o sonho de todos nós, amantes da cultura coreana e principalmente do Kpop. Ter a ideia de que a cada esquina você poderá ver um artista, nem que seja apenas pelo outdoor ou campanha de loja de departamento, já é animador. Desde meus anos áureos no kpop, por volta de 2010, tinha o sonho de conhecer a pátria que parecia ser minha de coração. Eu já havia tentado Ciências Sem Fronteira, Bolsas de estudo, Pós-graduação, mas nada havia dado certo até então.

Para entenderem melhor, vou me apresentar aqui. Me chamo Naira, sou uma publicitária de 22 anos e há 10, fã da cultur

Oi, sou a Naira!
Oi, sou a Naira!

a coreana. Junto de duas amigas (Alessandra Kamimura e Manoela Ferreira Sande), fundamos a revista KoreaIN. Queríamos levar informação séria, em português, sobre a Coreia do Sul para os outros fãs brasileiros da cultura. Até então, poucos blogs e sites se arriscavam nesta área. As meninas deixaram a equipe há algum tempo. Hoje comandamos nossa amada equipe junto de Amanda Carolina e Carol Akioka, esta última foi minha parceira de aventura e já contou um pouquinho da sua viagem nesse link aqui, cheio de dicas pra você.

Quando fundamos a revista não imaginávamos que ela poderia ser de fato esse cartão de embarque para conectar Brasil e Coreia. Com a parceria entre a KoreaIN e o Naver V Live App tivemos a honra de sermos convidadas à conhecer a terra do kimchi e assistir o showcase de comeback do EXO – o que contaremos melhor em uma próxima publicação. Recebemos a notícia apenas 7 dias antes do showcase, numa quarta-feira. No sábado seguinte estava embarcando para a Coreia do Sul, sem muitos planos, sem muito rumo, mas com a vontade de aproveitar ao máximo essa chance.

Havia viajado de avião poucas vezes na minha vida, nunca sozinha e muito menos pra fora do Brasil. Encarar 32 horas de viagem, cruzando o globo de oeste a leste, não me parecia algo assustador há 6 anos, mas encarando de frente, eu estava um pouco assustada, ainda mais sem falar coreano e sabendo pouco de inglês.

Saí de Goiânia, em Goiás, e minha primeira escala foi em Congonhas, Aeroporto da capital paulista. A peregrinação só estava começando. Lá peguei um ônibus do próprio aeroporto, que levou vários passageiros para o Aeroporto de Guarulhos. Em Guarulhos embarquei num Airbus da Emirates, rumo a Dubai.

Se não me engano, a Emirates é dona daquele lugar. Tudo era deles, simples assim haha! (Brincadeira, não sei se são donos mesmo.) Mas estou 100% satisfeita por ter voado de Emirates. É uma experiência única. Tudo foi muito bom, inclusive a comida do avião. Passar 14 horas em um voo e 8 horas noutro foi cansativo, mas longe de ser uma tortura. Sinceramente, eu queria conhecer Dubai. Sou fascinada pelo oriente médio e seria minha primeira chance de conhecer algo de lá. Mas o máximo que vi foram algumas construções mais tradicionais, que rodeavam o aeroporto. Quando cheguei, já foi aquela correria para chegar ao meu portão de embarque.

A lateral interna do aeroporto de Dubai. Lá em cima é área para os “podres de ricos” haha
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Os relógios de lá eram todos da Rolex. Achei bem bacana!

Matei minhas horas de espera olhando os suvenir das Free Shops e principalmente, observando as pessoas. Tenho muito apreço por culturas diversas. Poder ver indianos, árabes, turcos, chineses, todos juntos em um mesmo lugar, exalando suas regionalidades, foi incrível.

A Emirates tem um projeto beneficente. Então dentro do avião eles oferecem a opção de fazermos doações. Por todo o aeroporto de Dubai estão espalhados esses totens de doação, do mesmo projeto.

Uma das minhas “surpresas” foi poder ver as mulheres que usam burca. Minha imagem delas era de algo mais… Sombrio, digamos assim. No entanto, elas são na verdade incríveis (estou falando apenas de questões visuais e impressões pessoais, não dizendo respeito às questões sociais nas quais são enquadradas). As burcas eram em maioria de tecidos de alto padrão, trabalhados com pedrarias lindíssimas. Todas elas usavam jóias e adornos, além de muitas demonstrarem força e certeza de si, expondo apenas seus olhos.

Mas a sorte parecia estar completamente ao meu favor, desde o início (quando me encontrei com a Carol, descobri que estava ‘ao nosso favor’). Em todos os lugares fui muito bem atendida e recepcionada, não passei por nenhum momento tenso, mesmo com a limitação da língua. As pessoas parecem fazer questão de te ajudar, mesmo quando você não consegue se expressar tão bem na língua delas. Mas digo para vocês, tente não viajar sem saber inglês. É realmente necessário, principalmente se você é o tipo de pessoa que gosta de resolver as coisas sem a ajuda dos outros. (Não seja essa pessoa!)

No avião para a Coreia foi divertido observar o hábito das pessoas, era bem estranho. Os casais sempre muito fofos, um cuidando do outro e buscando o bem estar. As garotas dormiam encolhidas, com os pés em cima da poltrona. Os mais velhos sempre na peregrinação para o banheiro, inquietos e não muito fãs do cinto de segurança.

Assim que cheguei no aeroporto de Incheon, a Carol me passou rápidas instruções pelo Line. Me falou do ticket para o metrô A*rex Express, que passa pelos aeroportos da Coreia e outras estações, até a Seoul Station. Eu estava confiante. Havia decorado todo o trajeto para a estação de Chungjeong-no pelo Google Maps, onde havíamos reservado o hostel. Costumo ser ótima com endereços, direções e esse tipo de coisa, minha mãe me chama de GPS humano. Praticamente nunca me perco. Mas dessa vez…

DICA: Conheça seu trajeto a fundo, decore ou anote os nomes necessários para que você chegue ao local que deseja. Até mesmo na hora de pedir ajuda, é legal ter escrito para mostrar a quem for te ajudar.

Pessoal no metrô, cheio de mala, doidos para seguirem logo com suas vidas, assim como eu haha
Assim que cheguei no aeroporto de Incheon tinham várias placas explicativas sobre o vírus zika. Eu já tive zika, é horrível.

Um video meio ruim, apenas pra dizer que achei o aeroporto de Incheon muito melhor e mais bonito que o de Dubai.

Não sei por quê motivos, entrei no metrô do lado errado da estação em que estava, desci na estação errada, do lado errado, na linha verde. (Tão confuso quanto essa frase!) Imagine o desespero! Sem saber coreano, sozinha, muito cansada, carregando uma mala de 12 quilos (sim, sou econômica) e uma mochila de 10 quilos, após 32 horas de viagem. Perdida, com fome e sem acesso a internet. E ainda sou o tipo de pessoa que não pede ajuda. Sabe aquele desespero? Pois é, bateu. Me controlei, respirei fundo, e olhando aqueles mapas de metrô que ficam nas estações (tava tudo em coreano T.T), lembrei que se eu seguisse na linha verde, poderia fazer baldeação na linha 5 roxa e descer tranquilamente em ChungJeong-no. Por isso falei da importância de decorar seu caminho, ter ele salvo além da internet e conhecer outras opções de direção.

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Fiquei cheia de papéis de lá, meu T-money/Citypass do metrô e meu parceiro de aeroporto, A Estratégia do Oceano Azul [Valeu Rodrigo!].

Todas as linhas de metrô de Seul são interligadas pela linha verde, que foi construída na forma circular, passando por todas as regiões da cidade. Uma solução aparentemente fácil, mas extremamente inteligente. Além de todas as estações terem no mínimo 8 saídas, para diversas áreas da mesma região. Nestes poucos minutos de desespero, pude perceber como a questão da mobilidade urbana era importante para os coreanos.

Cheguei na estação de ChungJeong-no e PÉEEEN! Meu cartão do metrô estava sem saldo. Tentei colocar em uma máquina interna, mas não consegui, não sei o porquê. Vi que tinha uma saída de emergência do lado das catracas. Não sei o que fiz, mas o negócio abriu e eu saí de lá. Meu sopro de calmaria foi quando saí da estação e avistei o hostel, KimChi Guesthouse. Muito bem avaliado no booking e com uma promoção ótima, foi lá que encontrei minha futura casa por 2 semanas.

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A vista que tinhamos pelas janelas do Guesthouse.
A calçada na frente do Guesthouse. Lá no fim tinha um Café bem bacana. Ficamos perto da embaixada da França, se não me engano.
A maioria dessas casinhas do outro lado da rua estão desocupadas, com ares bem sinistros, na verdade. Ficam no meio de dezenas de prédios enormes. Essa é a rua principal que ficava um pouco a frente do Guesthouse.
Outra vista da rua que ficava à frente do Guesthouse.

Cheguei mais de 9 horas da noite. Resolvi o que precisava, conheci minhas parceiras de quarto (uma japonesa estudante de coreano e fã do TVXQ e do EXO, uma mexicana que nunca ia pro hostel e uma garota de Hong Kong que tinha muito medo de muriçoca/mosquito), deitei e dormi até no outro dia.

Fique ligado em nossas redes e site, que vamos contar todas as nossas aventuras na Coreia, sem esconder nossas reais impressões sobre o país e seu povo. Como puderam ver, nesse primeiro momento meu contato com os coreanos foi praticamente nulo.

Se você não leu a parte da Carol, clique aqui.
Quer ter os apps que usamos? Baixe o Naver Line aqui e o V Live + aqui.
Até a próxima!

Por Naira Nunes
Imagens: Naira Nunes
Não retirar sem os devidos créditos

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  • Naira Nunes

    Publicitária, redatora e diretora de arte, sou CEO e fundadora da KoreaIN, a primeira revista brasileira sobre música e cultura asiática.

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