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[LISTA] 10 doramas sobre saúde mental para ver hoje e sempre

Setembro amarelo chegou, mas todo dia é dia de falar sobre saúde mental. No mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio, a KoreaIN traz 10 indicações de doramas sobre saúde mental no foco do enredo. São inúmeras abordagens, sendo o drama e o suspense os campeões, e sempre com a pitada de romance que as dorameiras tanto gostam.



Good Doctor (2013)



O nome é familiar, não? O drama original sul-coreano da KBS foi adaptado para a TV estadunidense ABC em The Good Doctor (2017). Na trama, são retratados os transtornos do espectro autista e a Síndrome de Savant.

Park Shi-On (Joo Won) é um jovem autista portador da Síndrome de Savant, o que faz dele alguém com uma memória excepcional e com habilidades fora do comum, apesar do baixo QI. Sua genialidade o torna um excelente médico, mas ele precisa diariamente lutar para enfrentar obstáculos que o impedem de realizar seu sonho.

O hospital é um mundo feroz e competitivo. Devido à sua condição mental e emocional atípica Shi-On enfrenta dificuldades tanto com seus colegas quanto com os pacientes, julgando-o como infantil, não confiável e como um robô sem sentimentos. Para Shi-On superar os problemas, a ajuda de pessoas queridas é muito importante, especialmente a de Cha Yoon-Seo (Moon Chae Won), por quem é apaixonado.


It’s Okay, That’s Love (2014)



Tudo bem, isso é amor é um ótimo caminho para quem quer entender como as doenças mentais afetam muito as pessoas em seu dia a dia. Além de ser um dos primeiros K-dramas a discutir abertamente as questões no cotidiano, a produção da SBS foi muito elogiada por se ater à realidade com a dose certa de humor e leveza.

Aqui, o escritor best-seller Jang Jae-Yeol (Jo In Sung) enfrenta transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) associado à esquizofrenia. Ji Hae-Soon (Gong Hyo Jin) é uma psiquiatra que também luta com seus traumas, em especial, a genofobia, medo irracional do sexo, que a impede de dormir com alguém mesmo certa de que há amor.

Junto deles, há Park Soo Kwang (Lee Kwang Soo) com a Síndrome de Tourette, que provoca tiques motores e vocais involuntários. Conforme os personagens se relacionam, aprender a superar seus traumas a pararem de se odiar por causa da doença. O ato de amar a si mesmo é revolucionário.



Kill Me, Heal Me (2015)



Se interpretar um personagem é difícil, imagine interpretar alguém com transtorno dissociativo de identidade. Cha Do-Hyun (Ji Sung) tem sua personalidade dividida em sete identidades diferentes, resultado de um mecanismo de defesa para traumas do passado. Como herdeiro dos negócios da família, Do-Hyun é desafiado a controlar sua condição antes que uma de suas personalidades assuma o controle sobre sua vida.

A trama também envolve uma psiquiatra, a residente Oh Ri-Jin (Hwang Jung-Eum) que trata Do-Hyun em segredo. Por outro lado, o irmão gêmeo dela, Oh Ri-On (Park Seo Joon) está ao encalço do herdeiro para expô-lo. Neste drama da MBC, o misto de suspense e lágrimas vai deixar qualquer coração palpitante.


My Shy Boss (2017)



Profissionais de relações públicas geralmente são bastante comunicativo, mas Eun Hwan-Ki (Yun Woo-Ji) não é bem assim. O “monstro silencioso” é CEO de uma empresa em que nem os próprios funcionários o conhecem, parecendo ser frio e arrogante por evitar contato a todo custo. Na verdade, Hwan-Ki sofre de fobia social, que o torna alguém extremamente introvertido e com muita ansiedade.

Chae Ro Woon (Park Hye-Soo) é a nova funcionária de sua equipe. Cheia de energia e entusiasmo, só tem como interesse descobrir quem o chefe realmente é por conta de uma trágica conexão do passado: o suicídio da irmã, antiga funcionária de Hwan-Ki. Neste drama da TVN, explora-se o quanto o preconceito transforma a imagem de alguém incompreendido e a luta pela superação.



Sky Castle (2018)



Na contramão dos dramas anteriores, com respiros leves e romântico, Sky Castle opta pela abordagem do humor negro e thriller psicológico para provocar reflexões em uma das principais causas de suicídio entre os jovens sul-coreanos: o sistema educacional. Nesta sátira da JTBC, acompanhamos a vida de quatro famílias que vivem no luxuoso condomínio SKY Castle, exclusivo para médicos e professores universitários.

A abordagem é inovadora por dar os holofotes às mães e pais dos alunos, como uma forma de mostrar que a pressão começa em casa. Os estudantes enfrentam imenso estresse, ansiedade e esgotamento para atingir às expectativas dos pais e provar para si mesmos que são capazes, mesmo que precisem perder sua saúde mental em nome do status quo.

Vale lembrar que SKY é a sigla utilizada para se referir às três maiores universidades da Coréia do Sul e, em inglês, “sky” significa céu, que remete ao paraíso. Para chegar até lá, porém, precisam passar pelo inferno. Outra faceta mostrada pelo drama é que os pais reproduzem o que foi feito com eles no passado – na abertura We all lie a dualidade fica clara.


What’s Wrong With Secretary Kim? (2018)



Lee Young Joon (Park Seo Joon) é vice-presidente da empresa da família, mas é tão egocêntrico que mal presta atenção ao que acontece ao seu redor. O narcisismo faz dele alguém muito preocupado com a aparência e nada interessado nas relações sociais, fazendo-o descartar sua importante secretária Kim Mi So (Park Mi Young), que depois de nove anos servindo ao ego do chefe, decide abandonar o emprego.

Os dois estão unidos por eventos traumáticos e misteriosos na infância que reflete em suas vidas até hoje. Mi So tem fobia de aranha e Young Joon tem de ser amarrado – o medo é natural ao nosso organismo para situações ameaçadoras, mas se torna um transtorno de ansiedade quando é mais intenso do que a situação justifica ou ocorre em horas inadequadas, como é o caso de ambos.

Temendo perder sua fiel secretária, Young Joon decide sair de sua zona de conforto e fazer de tudo para evitar que ela o deixe – a partir disso, surge uma jornada de autoconhecimento e superação. Neste drama da TVN, ainda podemos perceber a necessidade de buscar o tratamento adequado na época, uma vez que o medo pode evoluir e desenvolver outros transtornos e comportamentos para mascarar a vulnerabilidade.



My ID is Gangnam Beauty (2018)



Outro dos principais problemas sociais que podem desencadear em problemas psicológicos é a pressão em alcançar um padrão de beleza. Kang Mi Rae (Im Soo Hyang) sofre bullying por sua aparência desde criança, cansada da situação e em busca de um novo começa, ela faz uma cirurgia plástica no rosto e ingressa em uma faculdade, onde os problemas voltam a acontecer.

Afinal, o que motiva essa eterna busca pela perfeição? O drama da JTBC provoca os questionamentos do que é a verdadeira beleza enquanto lida com bulimia, inseguranças e o emocional dilacerado de quem é julgado por estar fora no “nível de beleza”. Para recuperar sua autoestima, Mi Rae tem a ajuda de um antigo colega do colégio, Do Kyung Suk (Cha Eun Woo), alguém que aprendeu a valorizar o que há por dentro por ter vivido uma vida de aparências imposta pelos pais.

O termo “beleza de Gangnam” é utilizado de forma pejorativa para criticar e diminuir pessoas que fizeram cirurgias em clínicas da região – tê-lo no título é emblemático e provoca a reflexão: uma transformação estética pode definir a identidade de alguém? Aqui, vemos como a pressão externa e interna leva a transtornos alimentares e a luta para se reconstruir em uma sociedade que vive de moldes.


Chocolate (2019)



Com uma abordagem poética em enredo e direção de arte, este drama da JTBC retrata com delicadeza a importância do tempo e da vida – tanto daqueles que vão, quanto daqueles que ficam. Lee Kang (Yoon Kye Sang) e Moon Cha Young (Ha Ji Won) tiveram seus destinos entrelaçados quando crianças, alternando profundamente a vida um do outro e passando anos até se reencontrarem outra vez.

A pressão e imposição familiar enfrentadas por Lee o tornaram um neurocirurgião bem sucedido e infeliz, beirando a depressão. Agora, trabalhando como cozinheiro com Moon Cha em uma clínica de cuidados paliativos, os dois precisam lidar com emoções reprimidas e o sofrimento gerado por elas, como o transtorno de estresse pós traumático. Esconder a dor é entrar em colapso, os personagens ensinam que vale a pena lutar e viver.



It’s Okay to Not Be Okay (2020)



Um dos dramas mais queridos de 2020, Tudo bem não estar bem marca o retorno de Kim Soo Hyun após cinco anos nas forças armadas. Soo Hyun interpreta Moon Kang Tae, um sensível cuidador de pessoas com transtornos mentais que não se importa em viver uma vida 100% doada para os outros, mesmo que isso o machuque. Cuidar do irmão mais velho com um alto grau de autismo também traz suas dificuldades.

Quando seu caminho se cruza com a popular escritora de literatura infantil sombria, Goo Moon Young (Seo Ye-Ji), eles precisam passar por uma dura jornada se quiserem superar traumas e medos do passado e, então, desenvolverem um romance. Goo Moon possui o transtorno de personalidade antissocial, o que a torna alguém difícil de conviver por ser fria e insensível com os outros.

Este drama original da TVN gerou muita repercussão na Coréia e no mundo, estimulando o debate que traz à luz as doenças mentais e a importância de falar sobre elas no dia a dia. O processo de cura mental e emocional dos personagens é responsável e sensível. Outro ponto importante é como as roupas e os livros revelam detalhes sutis, mas importantes, de sentimentos difíceis de expressar.


Flower of Evil (2020)



Fechando a lista com um dos mais novos dramas da TVN, ainda em exibição, Flower of Evil. Este ousado thriller policial explora o suspense psicológico na essência, colocando à prova tudo o que se pensa acreditar sobre qualquer um. Baek Hee Song (Lee Joon Ki) é o marido perfeito e o pai ideal, mas que esconde um passado sombrio que sua esposa, a detive de homicídios Cha Ji Won (Moon Chae Won), sequer pode desconfiar.

Além de enfrentar transtorno de estresse pós-traumático, Hee Song sofre de transtorno de personalidade antissocial, logo, é incapaz de demonstrar qualquer tipo de emoção. Aliada à abordagem de suspense e investigação, o que mais se torna nítido é a falta de compreensão que a sociedade tem de pessoas com doenças mentais. Mais do que não ser aceito, o desprezo e o preconceito são capazes de cometer injustiças assombrosas, apenas dificuldade a ajuda para quem precisa. No fundo, tudo se resume ao que as pessoas querem ou não ver.


A importância dos K-dramas

Saúde mental é um tema de difícil abordagem da Coréia do Sul, país com um dos maiores índices de suicídio do mundo. O assunto beira ao tabu e ainda está relacionado como uma espécie de fraqueza por parte de quem tem problemas, o que dificulta o tratamento e o debate.

Conforme os K-dramas trazem visibilidade para a questão, contribuem para educar a sociedade e mostrar que tudo bem buscar ajuda, que é necessário. O entretenimento feito de forma responsável traz temas sérios com a mensagem de que a vida não é perfeita e todos estamos sujeitos a problemas – mas que é possível superá-los.

Se você conhece alguém que precisa de ajuda, procure o CVV. O Centro de Valorização a Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas precisando conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Ligue 188 ou acesse https://www.cvv.org.br

Fontes: (1); (2); (3); (4); (5); (6); (7); (8).
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