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NewJeans é envolvido em nova polêmica com o MV de “OMG”

No início do ano, o NewJeans lançou oficialmente o primeiro comeback da sua carreira. Anteriormente, o quinteto finalizou 2022 com chave de ouro alcançando o “Perfect All-Kill” com o single Ditto, que serviu como introdução para esta nova etapa de promoções.

O grupo agora está promovendo o single “OMG” que chegou acompanhado de um MV com uma história de fundo, técnica já usada em produções anteriores delas. Porém, o quinteto foi mais uma vez envolvido em polêmicas com o lançamento, agora sob acusação de usar doenças mentais como estética.

A história de “OMG” traz Minji, Hanni, Danielle, Haerin e Hyein como pacientes da ala psiquiátrica de um hospital. Cada uma delas apresenta sintomas de diferentes distúrbios neurológicos e uma das sequências de dança traz as cantoras usando batas hospitalares.


Ironicamente, nos segundos finais do vídeo, há uma cena mostrando uma internauta digitando uma mensagem no Twitter: “Sou a única que se sente incomodada com o material desses vídeos? Mostre apenas os rostos delas e as danças“. Em seguida, Minji aparece vestida como uma profissional do hospital e chama a personagem de volta para o seu quarto.

Alguns interpretaram a cena como uma alfinetada em todos que deixam comentários críticos nos vídeos do grupo, como se todos, especialmente os que usam o Twitter, também tivessem distúrbios neurológicos.

O MV já ultrapassou 11 milhões de visualizações e as reações seguem divididas. Se por um lado alguns exaltaram o “conceito ala psiquiátrica” como único, outros consideraram como depreciativo.

O portal Korea JoongAng Daily apurou que a maioria das reações positivas veio dos ouvintes sul-coreanos. A única crítica deste grupo foi, você já deve ter adivinhado, da cena final por considerarem que os produtores insultaram quem posta comentários críticos sobre MVs. A ausência de referências ou críticas sobre o conceito não é surpresa se considerarmos o grande tabu que ainda ronda os debates sobre saúde mental na Coreia do Sul.

Por outro lado, os espectadores e ouvintes estrangeiros, geralmente mais compreensivos, foram os que mais apontaram a problemática de usar tal tema como conceito visual em vídeos musicais.

O Korea JoongAng Daily conversou com a Professora Kwak Geum Joo, acadêmica de Psicologia da Universidade Nacional de Seul, que declarou: “Os coreanos evitam procurar ajuda psicológica por medo de serem estigmatizados. Já vi casos de pacientes que se recusam a receber cobertura de seguros por medo do que os outros possam pensar caso o histórico médico seja revelado. Ou não procuram ajuda de maneira alguma. Neste clima social, usar ‘vamos lá [para um hospital psiquiátrico]’ como algo ridículo e não de apoio transmite uma mensagem perigosa, especialmente em uma cultura popular vista por tantas pessoas, incluindo adolescentes“.

A Professora Kwak também questionou se o conceito seria bem aceito caso focasse em deficiências físicas: “O público ficaria indignado. E isto mostra como nossa sociedade não leva a sério os distúrbios neurológicos como faz com as deficiências físicas. Os produtores parecem ter pensado nos distúrbios mentais como um tema peculiar que diferencia o NewJeans de outros cantores“.

Em agosto do ano passado, pouco depois do debut, a faixa “Cookie” foi criticada sob acusação de sexualizar as integrantes do grupo, dentre as quais 3 são menores de idade. Em resposta à polêmica, a ADOR lançou uma longa nota explicando as ideias que nortearam o significado da música.

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Segundo o crítico musical Kim Do Heon, os segundos finais do MV parecem ser uma referência à esta polêmica: “A cena final retoma o comportamento passado de Min Hee Jin [CEO da ADOR e também produtora do NewJeans] e como ela respondeu às controvérsias nos casos anteriores“. Além da polêmica de Cookie, Min já havia sido acusada pela forma imprópria como retratava artistas menores de idade. Ela negou as acusações e as chamou de “infundadas”.

Recentemente, Kim escreveu um texto sobre o MV em seu blog que tornou-se viral nas redes. Na opinião dele: “Parece que [os produtores do NewJeans] se recusam a aceitar quaisquer crítica e visão do público de forma condescendente. E eles têm mantido esta posição ao longo dos lançamentos do grupo. Os produtores têm liberdade de transmitir o que quiserem dizer através dos trabalhos que criam. Porém, tudo isso muda o foco dos holofotes do NewJeans para a produtora Min. A música e o grupo NewJeans em si tornam-se fortemente associados à ela. Duvido que isso seja algo bom para o grupo a longo prazo“.

Fonte: (1)
Imagem: ADOR
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  • Greyce Oliveira

    Cearense de Fortaleza, é metade uma humana normal professora de Inglês e metade ELF(a) precisando (talvez) de tratamento para parar de falar no Super Junior toda hora.

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