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Cinema

Mídia ouve opiniões sobre os baixos números de “Barbie” nas bilheterias da Coreia do Sul

O jornal britânico The Guardian postou recentemente um artigo sobre a recepção morna de Barbie nas bilheterias da Coreia do Sul. No início de julho, o país foi um dos escolhidos para promoções e recebeu a visita das protagonistas Margot Robbie e America Ferrera além da diretora Greta Gerwig. Apesar de todo o burburinho dos eventos, o filme não agradou ao público e vendeu apenas 460 mil ingressos desde a sua estreia.

Por outro lado, Missão Impossível – Acerto de Contas Parte 1 já ultrapassou a marca de 3.6 milhões de ingressos e enquanto a animação Elementos atraiu 5.8 milhões de espectadores.

Para entender os motivos que atraíram tão poucos sul-coreanos ao cinema, o The Guardian ouviu as opiniões. Shim Hae In, ativista pelos direitos das mulheres, disse: “Acho que Barbie sem dúvida destaca o fato de que um filme de comédia feminista e centrado em mulheres ainda é tratado como um tabu. Mulheres podem hesitar em irem ver o filme. O medo de serem taxadas como feministas na Coreia do Sul é real. A palavra ‘feminismo’ tornou-se um palavrão para muitos indivíduos na Coreia e pessoas não querem reconhecer – e não se sentem confortáveis confrontando – o patriarcalismo enraizado que vem regendo a sociedade por tanto tempo“.

A crítica Youn Sung Eun, que tem um doutorado em estudos sobre filmes, também colocou na equação o fator igualdade de gênero. Segundo ela, os sul-coreanos podem até concordar com a ideia, mas existem partes da sociedade que se opõe ao que chamam de “feminismo radical”. Ela disse: “Nesse contexto, a educação de igualdade de gênero de Greta Gerwin não é muito atraente. Como Barbie é esperado como um filme de entretenimento, apresentar tais temas sensíveis de forma proeminente pode não ressoar bem“.

Durante as promoções iniciais do filme, pôsteres mostrando os protagonistas traziam a seguinte mensagem “Barbie é tudo” e “Ele é só o Ken”. A versão distribuída na Coreia trouxe apenas os nomes dos personagens em hangul. Isso atraiu críticas que acusaram a Warner Korea de retirar a mensagem de empoderamento feminino presente no filme. A empresa, porém, se defendeu e disse que a intenção era apenas focar nas imagens e nos nomes.

A Coreia é um mercado único

Na contramão dos argumentos, o crítico Jason Bechervaise, que também é pesquisador do mercado sul-coreano, contou que o país tem um perfil único que por vezes faz um caminho totalmente oposto ao mercado mundial: “Alguns filmes protagonizados por mulheres tiveram dificuldade no mercado local e as anti-feministas sem dúvida atacariam tais filmes, mas não vejo isso como o único motivo pelo qual Barbie não está indo bem aqui. De fato, o filme Smugglers, que tem um grande elenco feminino, está no topo das bilheterias locais. O mercado sul-coreano é único, alguns filmes como Elementos têm vendas acima do esperado enquanto outros fazem o oposto, como estamos vendo com Barbie. Isso também é verdade em filmes como Star Wars, que são muito conectados com a cultura popular americana mas não atraem muito público aqui“.

O artigo do The Guardian chegou à mídia sul-coreana e foi reproduzido em portais como o Yonhap. Apesar disso, o portal não expressou nenhuma opinião sobre as temáticas apresentadas no texto original.

Fonte: (1), (2), (3)
Imagem: Warner Bros
Não retirar sem os devidos créditos.

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Greyce Oliveira

Cearense de Fortaleza, é metade uma humana normal professora de Inglês e metade ELF(a) precisando (talvez) de tratamento para parar de falar no Super Junior toda hora.

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