Nesta segunda (19), a Dispatch revelou um longo e detalhado relato sobre a briga entre Chuu e a BlockBerry Creative. Em 25 de novembro, a agência anunciou que a cantora não fazia mais parte do LOONA e alegou que o motivo para sua expulsão foi uma demonstração de “abuso de poder” com uso de linguagem violenta contra uma funcionária da empresa.
Dias depois, a agência divulgou uma nova nota reforçando sua declaração inicial enquanto Chuu se manifestou pela primeira vez negando todas as acusações. Apesar do nome da cantora estar envolvido em rumores desde março, quando a mídia reportou que ela havia aberto um processo pedindo a suspensão do seu contrato, o apurado pela Dispatch indica que os problemas entre Chuu e a agência começaram bem antes disso.
O contrato
O LOONA debutou oficialmente em agosto de 2018, mas suas integrantes começaram a promover como solistas bem antes. O solo de Chuu, for exemplo, foi lançado em dezembro de 2017, mês em que assinou seu contrato com a BlockBerry Creative. Devido a esta tática diferente de promoção, todas as integrantes possuem contratos individuais com diferentes datas de assinatura e de expiração.
No caso específico do contrato de Chuu, o único detalhado pela reportagem por ser o foco da discussão, o acordo entre as partes dividia os lucros na porcentagem de 7 para 3. Com isso, 70% dos valores ficavam com a BlockBerry Creative e 30% para Chuu. As despesas, por outro lado, foram divididas igualmente com 50% para cada.
Além disso, outro acordo do contrato dividia os lucros primeiro e subtraía os gastos em seguida. Ou seja: 20% dos gastos que teriam que ser gastos pela BlockBerry Creative eram repassados para as integrantes. Com isso, a dívida de cada uma crescia quando os gastos ultrapassavam 70% dos lucros obtidos.
Colocando em números, a Dispatch estimou que, somadas, as outras 11 integrantes devem ter trazido 18.6 bilhões de wones de lucros (mais de R$ 76 milhões) desde 2016 quando começaram as promoções individuais. Com o sistema imposto no contrato, cada uma delas têm cerca de 200 milhões de wones (cerca de R$ 820 mil) em dívida para cobrir metade dos 16.9 bilhões de wones (pouco menos de R$ 70 milhões) das despesas gastas com o grupo.
Porém, o caso de Chuu é bem diferente. Com suas frequentes aparições na mídia e anúncios publicitários, a cantora conseguiu cobrir todos os seus gastos e passou a receber parte dos lucros que produz desde dezembro do ano passado. Estima-se que ela deva ter acumulado cerca de 220 milhões de wones até então (pouco mais de R$ 900 mil).
O processo
Insatisfeita com a divisão dos lucros acordadas com a BlockBerry Creative, Chuu entrou com um pedido para suspender seu contrato exclusivo em janeiro de 2022. O fato só foi conhecido e divulgado pela mídia em março quando a justiça deu ganho de causa à cantora.
Após isso, Chuu passou a receber todo o lucro obtido com suas atividades individuais e apenas divide os lucros das atividades com o grupo abatendo os valores das despesas. Isso foi acordado em um anexo do contrato original no qual a porcentagem das divisões passou a ser 30% para a agência e 70% para Chuu.
Outra mudança do anexo foi a autonomia que Chuu ganhou para não participar de certas atividades do grupo e também para finalizar seu contrato de acordo com a sua vontade. Em uma conversa com a Dispatch sobre isso, a cantora declarou:
Minha confiança na empresa basicamente acabou no ano passado. Eu sequer queria participar do Queendom 2, mas também não queria desistir do LOONA. Assinei o anexo do contrato para continuar com as atividades em grupo.
No início de junho, a BlockBerry Creative anunciou que Chuu não participaria da primeira turnê mundia do LOONA por causa de conflitos de agenda. Na segunda quinzena do mesmo mês, um novo rumor indicava que Chuu deixaria a agência e assinaria um novo contrato com a BY4M Studio.
O suposto “abuso de poder”
No dia 9 de junho, meses após o embate judicial com a agência, Chuu mostrou um spoiler da coreografia do próximo comeback do LOONA durante uma chamada de vídeo com os fãs. O comeback em questão foi o de Flip That, lançado no dia 20.
Após isso, um funcionário da BlockBerry Creative – identificado como A para preservar sua identidade – enviou uma mensagem com o trecho em questão para a mãe de Chuu e escreveu: “A coreografia não pode ser revelada ainda. O que faremos sobre isso?“.
A mãe da artista enviou uma cópia da mensagem para Chuu que repassou para outro funcionário – identificado como B – e escreveu: “Apenas isso (risadas). Dizer algo sobre um spoiler de um segundo?“. Em seguida, a cantora afirmou que não participaria das promoções do comeback em questão.
Como a declaração da BlockBerry Creative sobre a expulsão da cantora do grupo mencionou um “abuso de poder”, a Dispatch perguntou à Chuu se o tom ríspido que usou durante a conversa com B pode ter sido interpretado de forma errônea. Ela respondeu: “B era a única pessoa da empresa com quem eu conseguia me comunicar. Eu não estava expressando raiva, mas sim as minhas críticas de como a agência operava“.
Chuu também compartilhou com o portal um trecho de um áudio com outro funcionário, identificado como D. Enquanto discutiam termos do contrato, D perguntou à ela “Você terminou o Ensino Fundamental, né?” e depois afirmou que estava brincando.
Sobre esta fala, a cantora comentou: “D me tratava como uma menininha. Senti como se estivesse me rebaixando. A desconfiança já estava alta naquele ponto, então me senti ofendida. Pensei que deveria falar firme com eles para que me respeitassem… então houve uma ocasião em que falei com um tom mais severo. Também sou humana e cometi um erro“.
Fonte: (1)
Imagem: BlockBerry Creative
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