Essa semana o tufão Maysak chegou nas Coreias trazendo ventos de mais de 140 km/h e mais de 300 milímetros de chuva em poucas horas. Este já é o segundo tufão que passa pela península coreana em uma semana, apenas alguns dias depois da chegada do tufão Bavi. Um terceiro tufão, chamado Haishen, já está previsto para chegar no continente neste final de semana.
A ilha de Jeju e Busan estão entre os locais mais afetados. Na costa do país, tripulantes de embarcações precisaram ser resgatados por causa das ondas fortes. A tempestade derrubou árvores e postes, inundou ruas, quebrou janelas e danificou casas e construções pelo país.
Por causa disso mais de 120 mil residências ficaram sem energia elétrica e 2,2 mil pessoas precisaram ir para abrigos. Ainda foi reportado que duas pessoas morreram, um homem em Jeju durante o tufão Bavi, e uma mulher em Busan, decorrente do tufão Maysak.
Esse tipo de fenômeno não é incomum na região. O período entre maio e outubro é conhecido como temporada de tufões no oceano pacífico. No entanto, a ocorrência de 3 tempestades diferentes seguidas é um fenômeno menos comum e mais problemático. Vale lembrar que tudo isto ocorre pouco tempo após as grandes chuvas de monções que inundaram ruas em Seul ainda em agosto.
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O que tornou a situação mais grave é a força do tufão Maysak. Ele se originou de uma tempestade no mar filipino e chegou a se tornar um tufão de categoria 4 (em uma escala que vai até 5) com ventos de mais de 200 km/h no dia 1º de setembro. Foi até considerado o mais forte dentre as mais de 10 tempestades tropicais deste ano até então. O tufão Bavi, que chegou no país no dia 27 de agosto, era de categoria 1.
Felizmente o Maysak diminuiu para uma categoria 2 quando chegou na Coreia no dia 2 de setembro. Ainda assim, este é somente o 6º tufão que chega na península classificado como categoria 2 desde 1951, mostrando a intensidade da tempestade. Cidades no Japão (principalmente a ilha Okinawa) e na Coreia do Norte também estiveram no caminho do Maysak.
Órgãos de meteorologia como o Korea Meteorological Admnistration e o Joint Typhoon Warning Center indicaram outra tempestade se formou no mar ao sul do Japão, o tufão Haishen. No começo desta sexta ele foi considerado de categoria 4.
Por enquanto ele ainda está sobre oceano, mas a previsão é que ele passe pelo sul do Japão no domingo e pela Coreia do Sul na segunda. É estimado que os ventos alcancem 150 km/h e que ele suba passando pelo leste da península enquanto perde força até se dissipar na China.
Como tempestades tropicais e tufões já são comuns nesta área, as cidades tipicamente já são construídas para suportar a intensidade dos ventos e os consequentes danos. O maior problema se deve ao fato da região estar lidando com uma sequência de tufões, o que impede que possam reparar todos os estragos antes da próxima tempestade.
Desde a chegada do primeiro tufão os governos das duas Coreias e do Japão anunciaram que tomaram ações para reduzir danos. As medidas incluem reforçar telhados, mover embarcações que estivessem no caminho, suspender viagens de trens e aviões, enviar equipes para os locais mais vulneráveis e evacuar pessoas em regiões potencialmente perigosas.
Por Paula Bastos Araripe
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