Para todos os fãs de k-pop, sejam novatos ou veteranos, o número de grupos coreanos existente é impressionante e para cada grupo que encerra suas atividades, um série de novos grupos debuta no mundo do entretenimento coreano. O modelo de treinamento antes do debut adotado pelas agências de entretenimento da Coreia permitiu que o debut dos grupos de k-pop acontecesse de forma sazonal, em intervalos de tempo quase coordenados. Isto fez com que as chamadas gerações do k-pop surgissem, indicando a época de debut de cada grupo, bem como os grupos mais marcantes da cada era do pop coreano.
A quantidade de grupos em atividade e as gerações de cada grupo do passado podem confundir até os fãs mais antigos do gênero, já que não há consenso sobre a quantidade de gerações e quais grupos se encaixam em cada uma delas. Por isso, o site coreano Idology resolveu fazer uma sumarização completa das gerações do k-pop, que a gente traz para você, explicadinho na íntegra.
1ª Geração – O surgimento do K-pop (1996-2004)
O início dos anos 1990 ficou marcado pelo surgimento do k-pop, bem como pela criação e sucesso de grupos como Seo Taiji & Boys, H.O.T, Fink.L e Sechskies. Foi também nessa época que se originou a chamada cultura idol e sugiram uma série de agências de entretenimento especializadas, como é o caso da SM Entertainment. No início, a grande parcela desses grupos se inspirava nos conceitos do pop e hip hop estadunidenses, inclusive no visual.
Muitos classificam os atos que debutaram no final da primeira geração como “geração 1.5”, já que uma boa parte deles tinha características experimentais e que exploravam outros lados da cultura idol. Esse momento também marcou o debut de duos e solistas, além dos já comuns grupos, como foi o caso dos solistas BoA e Rain e do duo Fly To The Sky.
2ª Geração – Expansão do K-pop e internacionalização (2004-2012)
Com a crítica situação econômica da Ásia no início dos anos 2000, o k-pop entra em evidência na Coreia do Sul como uma alternativa de indústria que se mostrava capaz de trazer lucros tanto no mercado interno coreano quanto internacionalmente. Essa fase fica marcada pelos investimentos e exploração do modelo musical altamente comercial adotado no k-pop pelas empresas de entretenimento da Coreia, bem como pelo crescimento dos lucros financeiros com a popularização do gênero dentro e fora do país.
Este período também foi marcado pelo debut de grupos responsáveis por moldar o modelo vigente dos grupos de k-pop no decorrer da década. Dentre os principais destaques desta era está o debut de grupos como TVXQ, Super Junior, BIG BANG, Brown Eyed Girls, KARA, Wonder Girls e Girls’ Generation.
Os idols desta geração também foram responsáveis por abrir espaço para a cultura idol no entretenimento coreano, como em programas de TV, dramas e reality-shows ou até mesmo em programas próprios dedicados aos grupos. A popularidade dos grupos coreanos em países vizinhos, como Japão e China, cresceu de forma a permitir que os grupos de k-pop promovessem turnês asiáticas e, mais tarde, mundiais.
Assim como na primeira geração, o fim da segunda geração, no período entre os anos de 2008 e 2012, foi marcado pela transição (geração 2.5) para a terceira geração com o debut de grupos como 2NE1, SHINee, T-ara, 2PM e da solista IU. A essa altura, o k-pop já começava a se tornar um fenômeno graças à internet e ao crescimento do YouTube.
3ª Geração – Mercado global e Desterritorialização (2012-2017)
A terceira geração do k-pop ficou marcada pela chamada desterritorialização do gênero: as agências de entretenimento coreanas responsáveis pelos grupos de k-pop não buscavam apenas uma carreira estável dentro da Coreia, pois também construíam seu planejamento e objetivos no mercado internacional. O k-pop se firmava de vez como um mercado de nível global.
Com o conhecimento do mercado musical doméstico, as agências de entretenimento agora tinham estratégias globais, enquanto na Coreia o foco ficava por conta do conteúdo próprio: com a internet, muitas agências já não dependiam dos grandes veículos de mídia (como a TV) e agora tinham como apresentar seus idols ao grande público com produções independentes e, em maior parte, focadas para o público online. Essa época ficou marcada pelos programas no estilo “survival” ou “daily life”, que de alguma forma mostravam os grupos ainda em suas fases de trainee ou o dia a dia com suas agendas apertadas, com o intuito de humanizar os grupos e aproximá-los do público. Essa fase ficou marcada pelo debut de grupos que hoje contam com renome e carreiras internacionais, como EXO, BTS, Red Velvet e Twice.
Os grupos que debutaram durante a mudança para a quarta geração (geração 3.5) já chegam, de alguma forma, com o formato próprio da terceira geração, com conteúdo focado em um público mais abrangente. Neste período pode-se destacar o debut de grupos como Seventeen, iKON, I.O.I, BLACKPINK e NCT.
4ª Geração – Reterritorialização e estabilidade (2018- Atualmente)
Enquanto a terceira geração ficou marcada pela desterritorialização do k-pop, a quarta e mais recente geração fica marcava pelo equilíbrio entre o mercado nacional e o internacional. Muitos grupos ainda fazem mais sucesso dentro da Coreia do que fora e vice e versa, mas a influência e o foco de cada mercado fica mais claro e demarcado. Ao mesmo tempo que é dada importância à influência e exposição do mercado internacional, o mercado doméstico ainda tem espaço e foco das agências de entretenimento. A atual geração é marcada por uma série de desafios, como a divisão entre os mercados e fatores externos, como é o caso da pandemia de Covid-19. A fase atual é marcada ainda pelo debut de grupos como Stray Kids, LOONA, (G)I-DLE e TXT.
E aí? Aprendeu como estão dividas as gerações do k-pop? Lembrando que nem a demarcação e características de cada geração é um consenso entre os fãs. Em qual geração você conheceu o k-pop? Qual a sua favorita? Conta para gente!
Fontes: (1), (2)
Tradução e adaptação: Jô Mesquita
Não retirar sem os devidos créditos.